Há pouco mais de dois mil anos, Sócrates perambulava pelas ruas de Atenas, dialogando com pessoas e, por intermédio da maiêutica, induzia seus interlocutores a chegarem à descoberta das suas próprias verdades e conceitos.
No final do século XX, mais precisamente em 1981, o filósofo alemão Gerd Achenbach reinventa ou repagina esse trabalho, tão longínquo no tempo, mas que foi se perdendo durante a caminhada da tradição filosófica e que consiste em trazer e aplicar a Filosofia de forma prática na vida das pessoas e da sociedade.
O Aconselhamento Filosófico, por mais que possa apresentar semelhanças, difere das psicoterapias, pois não lida com patologias. Parafraseando Lou Marinoff (2001), o Aconselhamento Filosófico é voltado para o são, pois, lida tão somente com questões existenciais. Vejamos o que nos diz o autor, na obra citada (P. 08): […] Todo mundo tem uma filosofia de vida, mas poucos de nós têm o privilégio ou o tempo livre para se reunir e deslindar os aspectos complexos. Tendemos a formá-la à medida que vivemos. A experiência é um grande mestre, mas também precisamos raciocinar sobre nossas experiências. Precisamos pensar criticamente, procurando padrões e reunindo tudo em um grande quadro para seguirmos o nosso caminho na vida. Compreender a nossa filosofia pessoal pode ajudar a evitar, resolver ou administrar muitos problemas. Nossas filosofias também podem fundamentar os problemas que experimentamos, portanto temos de avaliar nossas ideias para formarmos uma perspectiva a nosso favor e não contra nós. É possível modificar uma convicção para resolver um problema […].
O campo psicoterapêutico e o campo religioso podem atuar, de forma prática e aplicada na vida das pessoas, em muitos aspectos e situações, como em patologias psicológicas (psicoterapias) ou questões única e exclusivamente espirituais (religiões). A tradição filosófica nos traz uma gama enorme de pensamentos acerca da existência humana, da vida, do mundo e de Deus. Caso acessemos estes pensamentos utilizando-nos de raciocínio lógico (inclusive, para questionar o próprio racionalismo e a lógica), podemos encontrar caminhos a serem escolhidos por nós, tornando-nos protagonistas e “acionistas majoritários” das nossas vidas.
Questões existenciais que se apresentam invariavelmente na vida das pessoas, seja no campo profissional, no campo religioso, em família ou em sociedade, com o auxílio da Filosofia, invariavelmente, encontrarão as portas de saída para tais questões e/ou de entrada para novos, equilibrados e estáveis caminhos.
Conheça o nosso trabalho em Filosofia Aplicada na Prática a partir do portfólio a seguir:
https://drive.google.com/file/d/1SNsAs5af_Uq8ceYViDLsHr2AJyZYPOff/view?usp=sharing
Um abraço fraterno!
André Cozta
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
MARINOFF, Lou. Mais Platão menos Prozac. 2001. Record. São Paulo – Rio de Janeiro. Trad. Ana Luiza Borges
Temos muitas dificuldades nos relacionamentos devido a hábitos,costumes,temperamentos e, a filosofia, nos fornece conhecimentos para entender melhor os relacionamentos pessoais e profissionais para nós adequarmos melhor em cada situação.
Certamente, Ricardo, você tocou no ponto certo.
Um abraço fraterno!
Penso que a Filosofia nos ajuda a entender a nós mesmos, nossas crenças, nossos processos internos. E desse entendimento, vem a aceitação, porque só conseguimos mudar aquilo que aceitamos. A partir daí vem toda transformação. E o papel da Filosofia é nos trazer toda essa gama de conhecimento que com certeza nos libertará.
Certamente, é um olhar interno, para nós mesmos, mas que acaba se refletindo no mundo ao nosso redor. Grato pelo comentário!