SOBRE CLASSES DE DIVINDADES E AS ATRIBUIÇÕES DOS ORIXÁS – Parte I

 

                     Vamos abordar um tópico que ainda é pouco explorado no ensino teológico umbandista: as diversas classes de divindades, além dos Orixás.

                      Na obra A Evolução dos Espíritos (Rubens Saraceni / Madras), na secção Os Orixás e suas Atribuições nas Naturezas, comenta o Sr. Ogum Beira-Mar G.M.L.C [Grande Mago da Luz Cristalina] acerca das atribuições dos Orixás Sagrados, mas também de outras classes de seres divinos.

                      […] E porque tudo tem sua hora, é chegado o momento de comentarmos mais profundamente o mistério Orixás que, ao contrário do que imaginam os detratores dos rituais afrobrasileiros, Umbanda Sagrada e religiões africanas não são espíritos “baixos”, no dizer de uns, ou demônios malignos, no dizer de outros.

                      Eu, Ogum Beira-mar, se aqui nomeio os detratores, assumo toda a responsabilidade diante do Criador e de suas leis imutáveis, pois “vejo” por trás deles e identifico em suas críticas malévolas algo mais que simples ignorância. Identifico uma má-fé imensa em criaturas que enxergam nos cultos aos Orixás a pá de cal sobre suas mesquinhas ambições de dominação do consciente religioso coletivo do brasileiro, assim como de muitos outros povos.

                       Aqueles que criticam por ignorarem os fundamentos sagrados dos Orixás, a própria ignorância puni-los-á. Quanto aos “falsos pastores”, estes, não tenham dúvida, haverão de cair de joelhos diante dos executores da lei, pois ao impingirem aos Orixás sagrados tão degradantes adjetivos e qualificativos, estão blasfemando contra Tronos divinos regentes de reinos naturais da criação, responsáveis por muitos bilhões de seres, espirituais ou elementares.

                       Por que faço este alerta aos “maledicentes”?

                       Se o faço é porque nenhuma blasfêmia fica impune, seja ela dita por má-fé ou por ignorância. E nas trevas já começa a cair um novo tipo de espírito que se julgava no “paraíso”: “o vendedor de céu”! Toda uma “casta” de Exus de lei, que odeiam espíritos blasfemadores que lançam ignomínias contra os Orixás sagrados, já se quintessenciou, pronta para executá-los segundo os ditames das leis que os regem: as religiosas […] (SARACENI; 2017, P. 79-80)

                        O comentário prossegue e, logo em seguida, esclarece-nos [ainda que basicamente] acerca das funções cumpridas por algumas classes de divindades.

                      […] E para os incautos, ignorantes ou ainda em fase de aprendizado, tenho a dizer que o termo “trono”, dentro da linguagem religiosa, tem o significado exato que nos livros religiosos lhe dão: seres de Deus que regem toda a criação.

                      Mas, mesmo os que escrevem tantas coisas sobre “anjos cabalísticos” desconhecem que na hierarquia celestial os Tronos são regentes das muitas dimensões em que ocorrem múltiplas evoluções, todas processadas no mental divino do divino Criador Olorum.

                      Anjos existem, e há os que atuam nas esferas universais e nas esferas cósmicas, em nível planetário, todos cuidando dos seres em suas evoluções espiirituias.

                      Arcanjos existem, e há os que, a partir da faixa celestial, cuidam do destino de todos os seres após suas passagens (saída de um meio e ingresso em outros).

                      Tronos existem, e há os que, a partir da faixa celestial, dão sustentação magnética, energética, vibratória, mental, consciencial e emocional aos seres em evolução, pois são seres regentes dos meios e dimensões em que a “vida” se processa.

                      É certo que na “angeologia” existente no plano material não especificam claramente isso que acabamos de dizer aqui, talvez por temor de revelarem mistérios sagrados da criação ou por ignorância mesmo.

                       Querubins são seres que regem os reinos da Natureza em que se processam evoluções de seres de naturezas “vegetais” e dos que classificamos como inferiores por não possuírem um racional, ou consciência. São os reinos habitados por seres classificados como: aves, répteis, anfíbios etc […]

                       Serafins existem, e são os responsáveis pelas “relações exteriores” deste abençoado e divino planeta em que vivemos.

                       Os serafins, em suas volições celestiais, mantêm este todo planetário em perfeita sintonia com todas as evoluções em processamento em outros orbes celestiais, evoluções estas que, nem sempre, ou raramente, acontecem na mesma dimensão do universo material humano.

                      Nós sabemos de evoluções nessa mesma dimensão, mas estão fora do alcance da ciência material humana para que não interfiram umas com as outras.

                     Elas acontecem em orbes locallizadas a bilhões de anos luz, em outras galáxias em que existem sistemas solares semelhantes ao nosso.

                     Através de vórtices especiais, guardados por serafins, é possível chegar-se a estes orbes em que seres muito parecidos com os humanos lá evoluem.

                     Muitos bilhões de espíritos humanos já foram conduzidos a outros orbes para continuar seus estágios evolutivos, assim como muitos milhões já foram trazidos até nosso orbe para aqui continuar suas evoluções.

                     Em um corpo humano, bilhões de células realizam suas funções automaticamente; em uma sociedade, bilhões de seres, humanos ou não, realizam suas funções automaticamente; no universo, bilhões de orbes realizam suas funções automaticamente.

                     Em todos os lugares tudo se processa automaticamente, pois tudo e todos são regidos por inalteráveis leis da criação, regidos por Deus, nosso Senhor e divino Criador.

                     Aí chegamos aos Orixás sagrados, Tronos por excelência divina, e seres regentes das “naturezas”

                   Colocamos aspas em naturezas, pois os Orixás não são só o que os filhos de fé imaginam: “devas” da natureza encontrados na montanha, na cachoeira ou no mar.

                    Os Orixás, ocupando os Tronos dos muitos degraus existentes, regem toda, repetimos, toda a criação dentro desta esfera em que vivemos.

                    Desde as dimensões originais, já abordadas em outros comentários, os Orixás sagrados, Tronos regentes da criação, velam pelo crescimento interno e externo do ser.

                    Em um crescendo evolutivo, vamos encontrando Orixás sagrados atuando por meio de múltiplas naturezas em todos os estágios evolutivos processados nas muitas dimensões que formam nosso orbe planetário.

                    Hindus, egípcios, persas, gregos, africanos, aborigenes etc., cada um ao seu modo, tempo e lugar, tentou interpretar essa heterogeneidade evolutiva, associando “deuses” a seres da natureza, tais como serpentes, aves, bois, cães, etc.

                   A falta de identificadores materiais análogos, devido à grandeza dos mistérios descobertos, conferia a eles fenômenos da Natureza, tais como raios, tempestades, chuvas, trovões, relâmpagos, etc.

                  Ou os comparavam a corpos siderais, tais como: Marte, Vênus, Urano, Plutão, Saturno, Júpiter, Lua, Sol, constelações, estrelas longínquas, etc […] (SARACENI; 2017, P. 80-82)

                 Encerramos por aqui a primeira parte deste estudo. Em breve, publicaremos a segunda parte dos comentários deste Senhor Ogum Beira-mar, tecendo, ao final, os nossos comentários complementares.

 

Um saravá fraterno!

 

André Cozta

  

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

SARACENI, Rubens. A Evolução dos Espíritos: A Tradição comenta a Evolução. 2017 – São Paulo / Madras

 

Fonte da Imagem

https://www.tumblr.com/filha-de-aguadoce/146783387372/anjo-da-guarda-voc%C3%AA-sabe-a-import%C3%A2ncia-dos

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