Uma Filosofia de Vida

Meu Saravá fraterno a todos os irmãos e irmãs umbandistas!                           

O termo filosofia, em grego, significa “amor pela sabedoria”. Podemos interpretar este significado de diversas formas, porém, ainda assim, tais interpretações devem considerar sensivelmente um conceito bem definido do que vem a ser sabedoria.

Pois bem, no latim “sapere” significa aquilo que tem sabor, gosto, condição de quem tem conhecimento. Na nossa sociedade, entendemo-la exatamente dessa forma. A sabedoria é algo que vai sendo alcançado durante a caminhada e nos fortalece, abastecendo-nos com o conhecimento e nos tornando seres pensantes mais sensatos nas nossas decisões e escolhas.

O verbo filosofar se tornou comum na nossa língua portuguesa e tem sido associado ao ato e ao exercício do pensamento e do raciocínio. Dizemos sempre que estamos ou alguém está filosofando, quando nós (ou qualquer outra pessoa) usamos destas nossas faculdades para chegarmos a conclusões, encontrarmos respostas para os questionamentos que nos surgem no dia a dia, acerca da vida, da humanidade e do humanismo, da sociedade, da natureza e de Deus.

Quando encontramos uma linha ou forma de pensamento que nos auxilia em nossa jornada, como uma estrada a ser seguida para chegarmos ao nosso destino, dizemos ter escolhido ou seguir uma filosofia de vida. Isso nada mais é do que o agrupamento de um conjunto de ideias e atitudes que guiam e orientam o modo de vida de um ser humano ou de um determinado grupo de seres humanos.

Este ser ou grupo de seres, devidamente afinado àquele conjunto de ideias, dirá seguir aquela filosofia de vida. Podemos perceber isto em grupos políticos, sociais, religiosos etc. A sua filosofia de vida lhe cobrará, sempre, coerência nos seus atos para com as ideias por ela reunidas e apregoadas.

Mas, dentro disso tudo, onde se encaixa a Umbanda? Respondo: exatamente nisso tudo! A nossa religião, se bem percebida e estudada, nos levará à conclusão de que, quando a escolhemos, aderimos à uma filosofia de vida que nos remete a uma reforma íntima suave e natural.

É um veículo  para a manifestação do que denominamos “filosofia natural” e que, por intermédio de elementos da cultura brasileira, vai nos mostrando, no dia a dia, a cada passo dado, que estamos nos aproximando do próximo degrau. E este degrau nos mostra que Natural é tudo aquilo que vem da nossa Origem (Deus) e se manifesta como Vida ao nosso redor.

A Natureza se mostra a nós o tempo todo e toda a humanidade precisa se conscientizar de que é sua zeladora. Até mesmo nos espaços urbanos, podemos perceber a manifestação natural de Deus ao nosso redor, seja nas praças, parques, riachos ou no ar que respiramos.

Nossa intenção a partir deste texto é provocar em você que até aqui chegou, uma reflexão acerca das nossas responsabilidades para com Deus  Podemos nos declarar independentes? Sim, obviamente! Mas quando bebemos em uma filosofia de vida, temos uma orientação a seguir , o caminho se torna mais fácil e as realizações concretas. Não estaria, nesta opção, um belo atalho para a verdadeira independência?

A filosofia de vida umbandista tem no topo Deus, a Origem de tudo e de todos, manifestando Suas Qualidades na Criação (Orixás Sagrados), que nada mais são do que os concretizadores e realizadores da Sua Obra. Por isso, a Natureza é o nosso Altar. Não é à toa que, mesmo em nossos templos urbanos, buscamos transportar para os seus interiores o nosso altar natural.

A nossa filosofia de vida nos exige uma conduta ímpar, que é a preservação de Deus e das Suas Manifestações concretizadas na Natureza, para que a evolução do planeta e de toda a Criação ocorra em harmonia. E a partir desta preservação, nosso trabalho e responsabilidade estarão na ampliação da conscientização da humanidade, que tem como base o modo de pensar ou a filosofia natural que advém de Deus e manifesta a beleza da Vida ao nosso redor, o tempo todo.

Por isso, concluímos que a Umbanda é a nossa filosofia basilar de vida; nela bebemos e dela nos nutrimos para que possamos seguir em evolução, sempre decantando o que não mais nos serve e nos transmutando intimamente, o tempo todo, para que melhor possamos servir à Deus.

Salve a Umbanda, nossa filosofia de Vida! Saravá aos Sagrados Orixás, mantenedores da Vida! E que todos fiquemos na paz de Olorum, nossa Origem Maior!

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